“A Língua Portuguesa é uma língua global e não uma língua de diásporas”

“A Língua Portuguesa é uma língua global e não uma língua de diásporas”

“A Língua Portuguesa é uma língua global e não uma língua de diásporas”

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-08

Qual o papel que a Língua Portuguesa assume no contexto mundial? Será este um idioma estratégico de comunicação e um fator gerador de novas oportunidades empresariais?

Estas e outras questões estiveram em debate no passado dia 5 na sede da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa – CPLP, em Lisboa. O Professor Fernando Luís Machado, investigador do ISCTE, foi o orador principal desta conferência, sendo que o estudo sobre o potencial económico da Língua Portuguesa destacou-se neste encontro.

Em cima da mesa estiveram, ainda, assuntos relacionados com a importância do desenvolvimento do português em diferentes regiões do mundo e o estabelecimento e aprofundamento de relações unilaterais entre as universidades dos países da CPLP.

Esta cerimónia contou com a presença do Embaixador Murade Murargy, Secretário-Executivo da CPLP, que salientou a importância do ensino para o crescimento de uma comunidade: “a educação pode não resolver todos os problemas de um país, mas um país também não pode resolver os problemas sem educação”. O Presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) e Reitor da Universidade de Lúrio em Moçambique, Professor Jorge Ferrão, esteve igualmente presente nesta cerimónia enquanto moderador.

O facto de a língua portuguesa ser um meio privilegiado para a difusão e a criação cultural entre os povos, e de a fala ser vista como promoção cultural dos seus valores, esteve em destaque no discurso do Professor Fernando Luís Machado. “É um instrumento para o alcance de aspirações comuns”, disse.

A nossa língua é a quarta mais falada do mundo, segundo dados do Observatório da Língua Portuguesa. Na internet há 82 milhões de utilizadores, sendo a terceira mais usada no facebook e a quarta no twitter.

Segundo o Professor Fernando Luís Machado, a Língua Portuguesa “tem de ser vista como uma língua global e não como uma língua de diásporas” e, portanto, “deve ter projeção, defesa e ensino”. Para que isso seja possível é necessário reunir esforços. Mais acrescentou que a separação entre língua e cultura deverá estar bem presente, pois apesar de a língua poder ser comum, as culturas podem ser diferentes. “Faz sentido a existência de cooperação na língua, mas competição na cultura”, acrescentou.

Para realçar a importância da língua portuguesa na economia, o orador afirmou que “a língua portuguesa assume uma crescente importância nos negócios”. Relembrou ainda que quanto mais uma língua é falada, mais pessoas a querem falar, aumentando assim a necessidade de aprendê-la.

De acordo com um estudo baseado em dados de 2011, “10% das exportações portuguesas vão para países lusófonos”, daí o facto de existir um maior comércio para os países de língua oficial portuguesa comparativamente a outros países do mundo.

O Reitor da Universidade de Macau, e vice-presidente da AULP, o Professor Rui Martins, esteve igualmente presente nesta cerimónia e desafiou o Professor Fernando Luís Machado a fazer um novo estudo direcionado para a evolução da procura da Língua Portuguesa na China. Relembrou o atual e crescente desenvolvimento do português neste país, dado que o estudo apresentado pelo orador remetia dados com mais de 5 anos e utilizando os EUA como referência.

A CPLP comemora o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura há quatro anos consecutivos. Uma decisão saída da XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, realizado em Junho de 2009, em Cabo Verde. A decisão justifica-se pelo facto de a língua portuguesa constituir, entre os povos da comunidade, um vínculo histórico e um património comum resultantes de uma convivência multissecular que deve ser valorizada.

Veja o vídeo elaborado pela CPLP.

Artigo de Ana Isabel Mendes e Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP

 

Morreu aquele que foi considerado o rosto da democratização do ensino

Morreu aquele que foi considerado o rosto da democratização do ensino

Morreu aquele que foi considerado o rosto da democratização do ensino

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-03

No passado dia 3 de março, o autor da reforma do ensino na década de 1970, José Veiga Simão, morreu com 85 anos devido a uma doença prolongada. O seu contributo para o Ensino Superior foi notável, destacando a fundação da primeira Universidade de Moçambique (Maputo), a Universidade de Lourenço Marques.

Graças ao contributo deste ex-ministro da educação, a partir da primeira metade da década de 70 tornou-se possível equiparar os doutoramentos obtidos em universidades estrangeiras. Novas universidades (Aveiro, Minho e Nova de Lisboa) foram criadas e o conceito de Instituto Politécnico foi instituído. “Estas universidades foram o resultado da visão e da perseverança de Veiga Simão e foram processos que vingaram”, elogiou o Reitor da Universidade do Minho. Estas instituições estão no ranking dos 100 melhores estabelecimentos de Ensino Superior com menos de 50 anos, elaborado pelo Times Higher Education.

Até 1973, o Ensino Superior português resumia-se às universidades de Coimbra, Lisboa, Técnica e Porto a que se juntaram mais tarde a Universidade Católica e algumas outras instituições.

José Veiga Simão nasceu a 13 de Fevereiro de 1929, na Guarda. Licenciou-se em Ciências Físico-Químicas e doutorou-se em Física Nuclear pela Universidade de Cambridge. Aos 31 anos era já professor catedrático na Universidade de Coimbra, mas um dos marcos da sua vida está na Universidade de Lourenço Marques, onde foi professor e reitor na década de 1960. Nos primeiros anos de existência, esta universidade cotou-se como uma das melhores de África.

A profunda reforma geral do ensino, desde o básico ao superior, veio a designar-se “Reforma Veiga Simão”. Para facilitar o acesso de todos os portugueses aos vários graus de formação, Veiga Simão disseminou a rede de ensino secundário em todo o país e criou uma nova rede de Ensino Superior. Enquanto Ministro da Educação, alargou a escolaridade obrigatória e gratuita para oito anos. Lançou as bases do desenvolvimento do ensino, estabelecendo o direito à educação e à igualdade de oportunidades. Apostou muito na educação técnica, que terminou depois da revolução dos cravos.

Artigo de Ana Isabel Mendes

 

“Moçambique é no meu pensamento e pelo percurso de uma vida errante a minha segunda pátria”

Ao professor Veiga Simão que nos deixou hoje,

É com grande pesar que a Associação das Universidades de Língua Portuguesa recebeu hoje esta triste notícia. Foram 85 anos de enorme contribuição para o ensino português e moçambicano.

Em 2012, tivemos o enorme prazer de contar com a sua presença no XXII Encontro da AULP que teve lugar na Universidade Eduardo Mondlane, altura em que se comemoraram os 50 anos do Ensino Superior em Moçambique.

Graças a si foi inaugurada a primeira instituição de ensino superior do país africano – Universidade Lourenço Marques (atual Maputo), onde foi Reitor. “Eu tinha 33 anos e vir fundar uma universidade em Moçambique era uma grande aventura, mas entendi que essa aventura devia ser a obra da minha vida”, disse à Lusa.

Por tudo isto, a AULP não podia deixar de lhe prestar homenagem e deixar aqui um solene agradecimento por todo o seu contributo para a história.

Obrigada, professor, por tudo aquilo que nos ensinou.

Em nome de toda a equipa, descanse em paz.

Gabinete de Comunicação da AULP

Mensagem do Presidente da AULP, Jorge Ferrão, Magnífico Reitor da Universidade de Lúrio

“Quero dar as minhas condolências, em nome da AULP e da UniLúrio. O Professor Veiga Simão vai para a eternidade saindo por uma porta Grande, pois permitiu que um enorme grupo de académicos e profissionais se tivessem formado. Que a sua alma repouse em paz!”

Com pesar,

Jorge Ferrão

Alguns artigos sobre o professor Veiga Simão:

https://aulp.org/noticias/revista-de-imprensa/ensino-superior/5638

https://aulp.org/noticias/revista-de-imprensa/aulp/3002

http://www.publico.pt/politica/noticia/morreu-veiga-simao-antigo-ministro-da-educacao-1634481

Novo portal condensa informação de acesso ao ensino superior

Novo portal condensa informação de acesso ao ensino superior

Novo portal condensa informação de acesso ao ensino superior

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-02

Ingressar no Ensino Superior pode revelar-se uma tarefa difícil. A Uniarea, que está disponível desde 27 de janeiro, tem como objetivo principal ajudar os alunos a escolher um curso ou um estabelecimento de ensino.

Mais do que um espaço de recolha de informação, a Uniarea é um local de partilha de opiniões, uma rede social. “Os alunos não querem saber da informação dada pelas faculdades. Eles querem saber como são os professores, se o curso é exigente ou quais as diferenças entre as universidades”, explicou Davis Gouveia, fundador na Uniarea. “Assim como hoje em dia procuramos na Internet comentários das pessoas em relação a um restaurante, há a necessidade de um portal onde o candidato pode contactar com alunos ou antigos alunos da instituição de ensino superior que pretende candidatar-se. São pessoas que dão uma opinião mais sincera”, explica.

Atualmente, a Direção Geral do Ensino Superior (DGES) faz uma listagem das licenciaturas e mestrados integrados existentes em Portugal, não mostrando responder às necessidades dos estudantes, como apurou Davis Gouveia. Para reunir informação acerca de mestrados, os candidatos terão de visitar as páginas das faculdades, uma a uma, para pesquisar as várias ofertas. A Uniarea pretende ser a primeira plataforma com essa informação num só espaço e até irá disponibilizar testes psicotécnicos que poderão ser feitos online.

Desmistificar o acesso ao Ensino Superior, expondo a informação de uma forma simples e apelativa, é outro dos objetivos. Davis acredita que é muito difícil a DGES dar resposta aos milhares de estudantes que contactam para esclarecer dúvidas. Com o encerramento do “Exames.org” que deixou de existir no final do ano passado, sendo a associação dissolvida no final de janeiro deste ano, este novo portal vem preencher o vazio sentido com o fim dessa plataforma.

Este ano a Uniarea está focada na recolha das ofertas do ensino superior português, tendo como prioridade agregar informação relativamente a todas as licenciaturas em Portugal. No entanto, Davis Gouveia revelou à AULP que a Uniarea pretende ir além fronteiras e agregar a oferta do ensino superior não só de Portugal, mas também de outros países como os da CPLP e Macau. “Há muitos estudantes da CPLP interessados em estudar em Portugal”, afirma.

Davis Gouveia nasceu na Venezuela, mas veio para a Madeira aos 8 anos, onde viveu até ingressar no Ensino Superior. Quando estava no secundário queria escolher artes, pois queria seguir arquitetura. No entanto, a escola não abriu o curso de artes e Davis foi obrigado a escolher economia para fugir à Biologia. Mas quando chega a altura de ingressar no Ensino Superior, tomou como guia “Exames.org” e acabou por escolher Engenharia Aeroespacial. Estas indecisões no seu percurso escolar serviram de inspiração para construir este portal de forma a ajudar os estudantes a fazer uma escolha mais informada.

O Instituto Superior Técnico foi importante para a reunião de competências que permitiram fermentar o “bichinho do empreendorismo” em Davis Gouveia. Segundo o fundador, ajudou a melhorar a capacidade em resolver problemas e permitiu desenvolver outras atividades paralelas quando esteve no Técnico: como é o caso da JUNITEC, a júnior Empresa portuguesa fundada em 1990. Muitos alunos que passaram por este núcleo acabaram por montar as suas próprias empresas. “Eu acredito que qualquer pessoa pode ser empreendedora”, afirma.

A Uniarea está a participar em vários concursos de empreendorismo, mas apesar de já ter passado várias fases, aguarda os resultados finais. Visite a Uniarea aqui.

Artigo de Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP

“Os pais podem ser a maior barreira para o Ensino em África”

“Os pais podem ser a maior barreira para o Ensino em África”

“Os pais podem ser a maior barreira para o Ensino em África”

Fonte:
Gabinete de Comunicação, 2014-04-07
São palavras da embaixadora da África do Sul, Keitumetse Matthews, que durante o 8º Seminário RDP África, que decorreu na Universidade Lusófona no passado 1 de abril, alertou para a existência de uma “cultura dos senhores doutores”, em que os pais menosprezam os cursos técnico-profissionais que conferem aos jovens africanos as “skills” necessárias para o desenvolvimento do país. É difícil explicar aos pais que o país precisa de canalizadores, carpinteiros, eletricistas, mecânicos, agricultores.O Professor Joaquim Azevedo, especialista em Ensino Técnico-Profissional, chamou a atenção para o facto de o Ensino Secundário não ter um objetivo por si só, a não ser a entrada no Ensino Superior. A crítica é feita aos governos que fazem com que haja um certo desprezo pelo Ensino Técnico-Profissional, apesar de atualmente 43% dos estudantes portugueses estarem em CET’s.

O presidente da RTP, Alberto da Ponte, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, estiveram igualmente presentes neste Seminário que marcou os 18 anos da RDP África.

“África tem um futuro brilhante em investigação”

O ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, António Correia e Silva, reforçou o forte investimento de Cabo Verde numa economia competitiva e numa agenda visionária que tem como destaque o forte investimento na Educação.

O ministro disse que Cabo Verde começou por apostar nos seus alicerces: o Ensino Básico e Secundário foi melhorado. Exemplo disso é a existência de 50 liceus no país, tendo em conta que só existia 2 antes na entrada do novo milénio. António Correia e Silva deixou claro que o próximo passo é investir na qualidade do Ensino Superior e ter ambição na Ciência. “É necessário investir nos laboratórios e em programas de doutoramento nas áreas estratégicas, como o turismo e a agricultura.”

Independentemente das dificuldades atuais, o ministro acredita no futuro da investigação em África. “Os jovens estão a descobrir a Ciência; a população e a classe política estão, neste momento, a reconhecer o seu valor.”

“A Educação não é o motor do desenvolvimento, mas sim as pessoas”

Na sua intervenção, Joaquim Azevedo fez uma crítica às pessoas que chegam a África e trazem a “cabeça cheia de soluções”, apesar de não saberem qual é o problema. Acredita ainda que solucionar os problemas passa pela integração das pessoas na comunidade.

O especialista em Ensino Técnico-Profissional chamou ainda a atenção para a tendência existente em importar modelos dos países desenvolvidos para aplicar em África, o que costuma trazer constrangimentos quando esses modelos não são adequados à realidade do país e às características do local.

Joaquim Azevedo faz ainda um apelo às empresas portuguesas: que estas se envolvam mais nos projetos que visam solucionar os problemas locais. No seu ver, muitas empresas usam África como pano de fundo das suas “selfies”, usando o país para ficarem bem na fotografia.

“As empresas petrolíferas em África gastam mais de 1 milhão de euros por dia e empregam um moçambicano”

Esta é uma questão que preocupa o Professor Tito Fernandes. Um dos problemas da Educação em Moçambique é a falta de empresas no país para os estudantes africanos poderem aprender no terreno. “Falta uma relação entre as empresas e as universidades”, aponta. O Professor disse ainda que os financiamentos de cooperações internacionais não funcionam em Moçambique devido a problemas de governação.

O Professor Tito Fernandes considera que os países africanos deviam apostar no envio de alunos para fora, na esperança de que estes “cérebros” voltem para desenvolver os seus países. Alerta, no entanto, para os perigos do “copy-paste” dos modelos de educação de outros países, sendo necessário desenvolver “um saber nacional, adaptado às realidades locais”.

O Professor Tito Fernandes salientou que a Universidade Lúrio tem como objetivo principal formar cidadãos. Uma das disciplinas que integra todos os cursos da Universidade permite ao aluno estabelecer uma relação direta com a comunidade africana ao acompanhar uma família. “Os biólogos, têm uma lição com os pescadores. O aluno vai buscar os problemas deles e aprender com eles para mais tarde poder ajudá-los. É um fluxo de informação. Comunidade – Estudantes; Estudantes – Comunidade”, explica Tito Fernandes. Este programa existe desde o início da Universidade, em 2007.

O Professor é da opinião que não se faz investigação em Moçambique, pois não existe no país laboratórios e doutores para tal. Para o professor, investigação é trabalhos originais publicados. O que se faz em Moçambique é pesquisa (replicar trabalhos feitos com sucesso noutros países). Na sua opinião, não cabe às instituições de Ensino Superior inovar, mas sim as empresas que têm esse interesse, sendo o papel das universidades é acompanhar as empresas.

“É melhor ser imaginativo do que culto”, disse Tito Fernandes, citando Einstein. O professor acredita que “daqui a 30 anos, Moçambique terá mestres, doutorados e um ensino superior de qualidade”.

O professor quis deixar ainda a mensagem: “nós não formamos investigadores, mas sim pensadores ou pessoas que sabem investigar.”

O Ensino Superior e a Formação Profissional em África

A mesa contou com o atual ministro cabo-verdiano do Ensino Superior, Ciência e Inovação: António Correia e Silva, o catedrático e diretor científico da Universidade Lúrio, de Nampula (Moçambique), Tito Fernandes e com o diretor do Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano da Faculdade de Educação e Psicologia (UCP – Porto) e especialista em Ensino Técnico-Profissional, Joaquim Azevedo.

Este seminário teve os seguintes temas em debate:

– Políticas Públicas e os Recursos para a Qualificação dos Cidadãos nos países africanos e, particularmente, em Cabo Verde.

– Globalização do Conhecimento e a Comparticipação Africana na Investigação e Inovação.

– Formação Técnico-Profissional como Opção Estratégica de Desenvolvimento.

Artigo de Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP

Ensino Superior concentrou-se durante 4 dias em Lisboa

Ensino Superior concentrou-se durante 4 dias em Lisboa

Ensino Superior concentrou-se durante 4 dias em Lisboa

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-04-01

A 7ª edição da Futurália esteve presente no salão de exposições no Parque das Nações e reuniu cerca de 430 instituições e empresas, nacionais e internacionais, ligadas ao ensino e formação.

A feira teve início no dia 26 de março, quarta feira, e terminou no sábado, dia 29. Ao contrário do ano passado, que contou com cerca de 54 mil visitantes, este ano passaram pela Futurália apenas cerca de 30 mil.

Quando entrámos no salão de exposições, percebemos que os alunos do ensino secundário foram os que mais aderiram a esta feira para procurar soluções para o futuro. Que curso devo tirar, quais as saídas profissionais? Quais as instituições de ensino superior a que me posso candidatar, que média preciso? Estas são algumas das questões que ganharam resposta durante esta visita à Futurália. Para os alunos que terminam agora o 9º ano, estiveram presentes várias ofertas de cursos de formação profissional e Tecnológica (CET’s).

Mas esta feira também é direcionada a professores, formadores e jovens estudantes do ensino superior e licenciados. Exemplo disso é a presença do Instituto de Emprego e Formação Profissional, do CICD (College for International Co-Operation and Development – programa de voluntariado), ou da ASUS que colocou mais de dez computadores à disposição dos visitantes para que estes pudessem conhecer os seus produtos.

Este espaço foi também palco de seminários, workshops, palestras e debates, de âmbito educativo e tecnológico. Algumas startup’s aproveitaram ainda a ocasião para dar a conhecer o seu trabalho, captar novos clientes e desenvolver possíveis parcerias, como foi o caso da Inspiring Future que veio, pela primeira vez, marcar presença na Futurália.

“Há 6 anos a Inspiring Future só existia no papel”Estas são as palavras de Vasco Rodrigues, responsável pelo suporte logístico da Inspiring Future, uma startup que esteve presente pela primeira vez na Futurália. Vasco explicou à AULP em que consiste este projeto.

O Inspiring Future é um projeto que promove feiras de orientação vocacional, direcionado a alunos do ensino secundário, que tem como objetivo principal ajudar os alunos a decidirem o seu futuro profissional e a trabalhar competências pessoais e sociais, tornando-os mais autónomos e capazes de enfrentar o futuro. À oferta tradicional de uma feira, com expositores e apresentações, o evento Inspiring Future soma um conjunto de workshops sobre competências não técnicas, para ajudar os alunos nos seus processos de tomada de decisão, na sua preparação para a vida académica e para a vida profissional.

Entre janeiro e junho de 2014, o Inspiring irá percorrer cerca de 70 escolas secundárias da Grande Lisboa que se associaram à primeira fase deste projeto que deverá abranger cerca de 40 mil alunos.

Esta “mini-futurália,” como descreveu Vasco Rodrigues à AULP, terá igualmente expositores para empresas que, na qualidade de potenciais empregadoras, vão poder explicar aos alunos quais os per?s e competências mais valorizados pelos recrutadores. “Convidamos empresas como a Deloitte e o BES para darem o seu input sobre o mercado de trabalho para os alunos começarem a trabalhar já nos seus currículos, nas suas atitudes, nos seus comportamentos”, explica Vasco.

Estas feiras estão divididas em três partes. No início do dia estarão presentes vários expositores onde as instituições do ensino superior e empresas podem comunicar com os alunos. Posteriormente decorrem apresentações formais das universidades e institutos politécnicos e, por último, decorrem workshops onde os alunos terão oportunidade de trabalhar competências como a autonomia, o empreendedorismo, a pro-atividade, a assertividade, a capacidade relacional e a motivação.

Eduardo Filho, aos 24 anos, foi um dos cofundadores da startup Inspiring. Licenciado em arquitetura pelo ISCTE-IUL, especializou-se em Empreendedorismo Cultural e Indústrias Criativas. Vasco é licenciado em Ciências Psicológicas na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa e atualmente encontra-se a fazer o mestrado em Políticas de Desenvolvimento dos Recursos Humanos no ISCTE-IUL. São competências polivalentes que dão voz a este projeto.

No ano letivo de 2013-2014, o Inspiring Future estará concentrado nas escolas secundárias da Grande Lisboa, mas no próximo ano, a ambição da equipa é ganhar escala nacional.

Artigo de Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP