Prémio Fernão Mendes Pinto (Edição 2015)

Prémio Fernão Mendes Pinto (Edição 2015)

Prémio Fernão Mendes Pinto (Edição 2015)

O vencedor do Prémio Fernão Mendes Pinto 2015 é Kamila Katarzyna Krakowska Rodrigues, da Universidade de Coimbra, com a dissertação “Na Demanda da Ideia de Nação: As Viagens Pós-Coloniais, Em Mário de Andrade e Mia Couto”.

Na presente tese são utilizadas as definições de nação e identidade nacional propostas por Benedict Anderson e por Anthony Smith. Além disso, um outro fundamento teórico para a análise aqui desenvolvida é a vasta produção crítica dedicada ao motivo de viagem. Particularmente pertinentes para a leitura das narrativas de Mário de Andrade e Mia Couto são os estudos sobre a viagem mítica, o relato de descoberta e a viagem pós-colonial. A análise das obras em estudo permitiu revelar a existência de uma série de temas comuns que orientam a representação da nação por estes dois autores. Entre esses temas destacam-se: a nãopolarização entre tradição e modernidade; a valorização da diversidade multicultural e multiétnica para a formação da identidade nacional; e, finalmente, a necessidade de (re)criação e disseminação de referências identitárias (imaginário, mitos, símbolos) para o fortalecimento de laços de pertença comunitária.

Prémio Fernão Mendes Pinto (Edição 2015)

Prémio Fernão Mendes Pinto (Edição 2016)

Prémio Fernão Mendes Pinto (Edição 2016)

O vencedor do Prémio Fernão Mendes Pinto 2016 é Patricia Delayti Telles, da Universidade de Évora, com a dissertação “Retrato entre baionetas: prestígio, política e saudades na pintura do retrato em Portugal e no Brasil, entre 1804 e 1834”.

A dissertação versa sobre o estudo da pintura do retrato em Portugal e no Brasil entre 1804 e 1834, e da importância das circunstâncias da sua produção: necessidades políticas, de afirmação e construção de prestígio social, e o colmatar das saudades. Neste período marcado pelas invasões francesas, as Guerras Liberais e a independência do Brasil, mais do que uma expressão artística individual, o retrato reflecte as ambiguidades de uma sociedade que se quer representar. Muitos artistas, sobretudo retratistas em miniatura, permanecem anónimos. Em contraste com o Norte da Europa, dispõem de poucas oportunidades de exposição. Redes de apoio clientelares facilitam as encomendas, mas os auto-retratos revelam a fragilidade da situação dos pintores. Os retratos do rei, último símbolo de estabilidade, podem ser comprados num incipiente mercado de artes. A circulação de modelos e pintores internacionais e o confronto das expectativas de retratado e retratista implicam numa produção heterogénea.