Conselho de Administração da AULP, 28 de Fevereiro de 2014

Conselho de Administração da AULP, 28 de Fevereiro de 2014

Conselho de Administração da AULP, 28 de Fevereiro de 2014

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-03-25

A reunião do Conselho de Administração da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) decorreu na semana passada, dia 28 de fevereiro, no novo campus da Universidade de Macau (UMAC).

Em destaque, esteve o Balanço do Programa Internacional do Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio da Mobilidade Docente e Discente (PIAPEE) que na primeira edição teve 45 projetos aprovados e 23 na segunda. Na reunião discutiu-se a entrada de Macau para o PIAPEE pois, segundo declarações de Jorge Ferrão, Presidente da AULP, ao jornal “Hoje Macau”: “Veríamos com bons olhos a chegada dos alunos de Macau e da China aos nossos países, por duas razões: a China é o maior parceiro comercial de Moçambique, de Angola, do Brasil, e esta cooperação não se pode resumir à área económica e comercial, ela precisa de ir para uma área técnica, científica e cultural.”

A preparação do XXIV Encontro da AULP, de 15 a 17 de setembro, no novo campus da Universidade de Macau (UMAC), em Henqin, foi outro dos assuntos em debate. Este ano o tema principal será o Turismo nos países de língua portuguesa e “Macau e as suas Universidades – Elo de ligação entre as Universidades chinesas e as dos países de língua portuguesa”.

Foi decidido ainda que os vencedores do Prémio Fernão Mendes Pinto 2012 e 2013 serão anunciados durante o XXIV Encontro da AULP. Durante este Encontro espera-se igualmente o Lançamento da 26ª Revista Internacional de Língua Portuguesa (RILP), que abordará o Turismo, e o Lançamento do Livro de Atas do 23º Encontro da AULP em Minas Gerais (2013).

No dia posterior à reunião do Conselho de Administração, este reuniu-se com o Reitor da Universidade de Macau, Wei Zhau, para formalizar o XXIV Encontro da AULP. Foram ainda trocadas lembranças que representam Portugal, como uma pasta feita em cortiça.

Artigo de Pandora Guimarães, Gabinete de Comunicação da AULP

 

“O CCISP não é contra os cursos de dois anos”

“O CCISP não é contra os cursos de dois anos”

“O CCISP não é contra os cursos de dois anos”

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-03-19

“O CCISP não é contra os cursos de dois anos. A questão é como os queremos posicionar”

A AULP entrevistou o Professor Doutor Joaquim Mourato, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), para discutir a posição do Ensino Superior Politécnico relativamente à implementação e regulamentação dos cursos Técnicos Superiores Profissionais, de dois anos, aprovados ontem por decreto-lei.Os novos cursos conferem o nível 5 do QNQ (Quadro Nacional de Qualificações). Estes são superiores ao nível 4 (correspondente ao 12º ano), mas inferiores ao nível 6 (correspondente à licenciatura). Num primeiro ano, os alunos têm uma componente teórica e no segundo têm uma componente mais técnico-prática acompanhada por um estágio curricular numa empresa da área.

Segundo o decreto-lei, poderão concorrer alunos com o 10º e 11º anos concluidos, ou pessoas que frequentem os cursos “Maiores de 23” e com aprovação nas provas finais.

Os Institutos Politécnicos serão os responsáveis por lecionar estes cursos. Prevê-se que estes comecem a ser lecionados em setembro de 2014 e a verba disponível para o seu arranque é de 20 milhões de euros.

Anteriormente à publicação do decreto-lei, Joaquim Mourato disse à AULP que o CCISP não está contra os ciclos curtos, até porque os Politécnicos já administram os Cursos de Especialização Tecnológica (CET). No entanto, não concorda com a coexistência destes com os novos cursos. Neste momento, os CET’s estão no nível 4 do quadro europeu. No quadro nacional, os CET’s são nível 5, assim como os novos cursos. Logo, não existe equivalência entre o QNQ e o quadro de referência europeu. “Não pode ser atribuído um certificado com o mesmo nível a ambos os estudantes, pois não têm uma experiência educativa igual”, disse Joaquim Mourato.

Estes cursos já existem em vários países europeus – como Espanha, França e Inglaterra. Segundo o professor Joaquim Mourato, Portugal podia aproveitar a experiência europeia para cometer menos erros na implementação desta oferta formativa, o que na sua opinião não está a acontecer.

Respondendo a várias questões colocadas pela AULP, o Presidente do CCISP refletiu sobre os possíveis resultados, a longo prazo, da implementação destes cursos.

AULP – José Ferreira Gomes, Secretário de Estado do Ensino Superior, considera que os Institutos Politécnicos são as instituições de Ensinos Superior mais qualificadas para dar estes cursos. Concorda com a afirmação?

Compreendo que a tutela tenha tomado esta decisão tendo como base a existência de uma sistema educativo binário. Se um dos sistemas está mais vocacionado para a via profissionalizante, faz sentido que sejam estas instituições.

AULP – E os Institutos Politécnicos estão preparados para começar a lecionar estes cursos já este ano, em setembro?

Nós já lecionamos os CET’s, que em termos de requisitos são muito idênticos. Os nossos docentes estão preparados para lecionar estes cursos e temos as condições laboratoriais necessárias. No entanto, acho difícil que estes comecem já em setembro. Até porque não existiu um envolvimento dos Politécnicos na construção desta oferta formativa.

AULP – Segundo dados recentes divulgados pelo IEFP, existem atualmente cerca de 94 mil desempregados licenciados. Se estes licenciados não têm trabalho, como é que estes cursos com dois anos podem formar pessoas para integrar as empresas?

Essa questão eu devolvo-a ao Sr. Secretário de Estado e de Ensino Superior e para o Ministro da Educação e Ciência. Porque considero que é das primeiras questões que devem ser colocadas quando estamos a construir um produto. Gostaria de perceber, quando o Sr. Secretário de Estado diz que temos 11 mil potenciais candidatos para estes cursos, o que vai acontecer a estas pessoas quando terminarem os cursos. Deve ser percebido, do lado das empresas, que necessidades existem. E depois dizer às Instituições de Ensino Superior números reais das necessidades concretas do tecido empresarial. Mas nós desconhecemos que estudo foi feito e por isso não consigo responder a essa questão. O CCISP também ainda não fez os seus próprios estudos para implementação do curso.

AULP – O Orçamento de Estado para 2014 prevê um corte de 80,5 milhões de euros no Ensino Superior. Na sua opinião, é relevante este investimento de 20 milhões de euros, valor apontado pelo Secretário de Estado do Ensino Superior?

Durante 7 anos os cursos terão disponíveis uma verba de 20 milhões de financiamento. No total, serão 140 milhões provenientes de fundos comunitários. Mas e depois disso? Quando deixarem de receber este financiamento teremos um problema. Os alunos têm de contar como alunos do Ensino Superior. Portanto têm de contar para efeitos de financiamento e tem de vir por via da Orçamento de Estado e não por fundos comunitários. Estes fundos devem ser utilizados para melhorar as condições dos estudantes e equipar mais laboratórios, o que vai ser necessário. A existência de fundos comunitários não deve implicar a redução do financiamento do Orçamento de Estado, ou ficaremos dependentes destes.

Artigo de Pandora Guimarães e Rita Amaral

Pró-Mobilidade Internacional (Capes/AULP)

Pró-Mobilidade Internacional (Capes/AULP)

Pró-Mobilidade Internacional (Capes/AULP)

Fonte: AULP, 2014-03-10

O Programa Internacional de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Extensão por meio da Mobilidade Docente e Discente Internacional (Pró-Mobilidade Internacional) destina-se à estruturação, fortalecimento e internacionalização dos Programas de Graduação, Pesquisa e Pós-Graduação das universidades integrantes da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP).

Já se encontram disponíveis os resultados do Segundo Processo Seletivo, Edição 2013, do Programa Internacional de Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio da Mobilidade Docente e Discente Internacional (PIAPEE)

Pró-Mobilidade Internacional (Capes/AULP)

‘’Os estudantes deviam estudar em Portugal num meio internacional’’

‘’Os estudantes deviam estudar em Portugal num meio internacional’’

Fonte: AULP, 2014-02-05

As palavras são de António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e Reitor da Universidade Nova de Lisboa, que foi um dos dois oradores convidados para falar sobre ”Educação e Universidade”. A conferência teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/Nova) no passado dia 22 de janeiro e o outro orador foi Alberto Amaral que é o atual presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

O ciclo de conferências ”Revolução e Democracia” quer debater as mudanças da sociedade portuguesa desde o 25 de abril de 1974 e reforçar a ligação entre gerações, universidades e comunidade.

A primeira conferência foi moderada pelo diretor da FCSH, João Costa e os oradores escolheram caminhos diferentes de análise. António Rendas falou de medidas governamentais e europeias que deram melhores condições ao ensino superior, já Alberto Amaral apresentou dados estatísticos acerca da evolução do ensino superior em Portugal.

A destacar alguns apontamentos por parte dos oradores. O presidente do CRUP indicou dois marcos importantes no desenvolvimento do ensino superior: a reforma de Veiga Simão e o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES).

Para António Rendas é importante que os estudantes possam estudar em Portugal mas num meio internacional e, para isso, acrescenta que têm de ser dados alguns passos para que caminhemos no sentido de um melhor ensino e uma melhor oferta curricular. Os passos a que se referiu são: formalizar contratos com a Ásia para reconhecimento de graus obtidos e fazer com que os vistos tenham uma duração superior a seis meses.

Alberto Amaral quis defender que não se pode parar de investir no ensino nem na investigação e que, infelizmente, o atual governo português tem feito uma política destrutiva nestes aspetos. O presidente da A3ES reforçou que tem de se desenvolver medidas contra a desertificação do interior, que está a ficar completamente desprotegido, rareando os alunos que queiram estudar naquele local, preferindo o litoral do país.

Alberto Amaral realçou que em Portugal o setor público é muito mais qualificado do que o privado. Outro problema é a falta de apoios do Estado para os estudantes, isto porque, segundo os dados apresentados, mais de 60% do financiamento dos estudos é feito por parte das famílias.

Está marcada para o próximo dia 25 de fevereiro às 18h30 a conferência com o tema ”Proteção Social e Desigualdade”, tendo como oradores Eugénio Fonseca (presidente da Cáritas Portugal) e José Vieira da Silva (ex-Ministro do Trabalho e Solidariedade Social).

António Rendas é Reitor da Universidade NOVA de Lisboa desde 2007 e Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) desde 2010. Licenciado pela Faculdade de Medicina de Lisboa (1972) e doutorado pelo “Cardiothoracic Institute” da Universidade de Londres (1977), na área de Patologia Experimental.

Alberto Amaral é presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) e ex-Reitor da Universidade do Porto. É investigador do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior (CIPES), do qual já foi diretor.

A mobilidade internacional e a juventude

A mobilidade internacional e a juventude

A mobilidade internacional e a juventude

Fonte: AULP, 2014-02-04

Viajar e procurar novos horizontes é a definição de um estilo de vida e de uma necessidade do ser humano. Há cada vez mais informação a percorrer o globo numa questão de minutos, assim como uma disseminação de vivências que deixam de ser meramente locais para terem impactos globais.

Com base nesse pressuposto, não é surpreendente que se evidencie a importância da mobilidade para a construção e desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens. Ainda que estes foquem os processos de mobilidade essencialmente para a empregabilidade e para a formação académica (onde se destaca o Programa Erasmus/ Erasmus Mundus), existe uma panóplia de experiências de aprendizagem internacional ainda pouco conhecida que permite reforçar paralelemente à educação formal a sua capacitação pessoal (onde se destaca a capacidade de arriscar, os processos de autoconhecimento ou a aprendizagem de uma nova língua e cultura).

Projetos mais estruturados como os intercâmbios e os cursos internacionais, os programas de voluntariado internacional (onde podemos destacar o Serviço Voluntário Europeu) e os workcamps são apenas alguns exemplos de processos de mobilidade que não incluem somente o conceito de viajar, e que proporcionam experiências únicas aos jovens. Nessa lógica é possível descobrir ofertas ainda mais variadas, destacando-se a título de exemplo as experiências de Gap Year solidários e os projetos de Woofing. Por outro lado, até a forma de viajar pode ser diferente e provocar um maior contacto com as comunidades locais, o que em parte explica o crescente sucesso das iniciativas de Couchsurfing.

Todas estas experiências são promotoras de mudança e transformação pessoal, reforçando o desenvolvimento de capacidades sociais e culturais que apenas o contacto com outras culturas e línguas pode criar, numa lógica de valorização das sociedades multiculturais. Destes processos saem então jovens capacitados enquanto indivíduos independentes e melhor adaptados a diferentes contextos. É ainda de realçar que qualquer um destes cenários estimula a aprendizagem pelo contacto com novas pessoas e culturas, valorizando a perpetuação de uma cidadania ativa e responsável.

Naturalmente, nem sempre os processos de adaptação são fáceis, especialmente quando a nova realidade onde os jovens se inserem é muito diferente daquela que conhecem, e as diferenças culturais podem ser promotoras de barreiras difíceis de transpor. A adaptação sai facilitada quando se criam laços com a comunidade local e desenvolvem amizades, já que é estabelecida uma ponte para o “mundo exterior”. Essa é também uma ótima defesa que ajuda a diminuir as saudades de casa e do ambiente de conforto habitual, o que permite criar espaço para absorver as vantagens da experiência de forma mais imediata.

Ao nível da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a existência de programas e projetos oficiais de mobilidade juvenil entre países-membro e a restante Europa pode estimular o aparecimento de novos fluxos mais individualizados, tornando os países mais atrativos aos olhos de um jovem à procura de oportunidades. São reforçados laços de amizade entre os países envolvidos e promove-se uma partilha cultural que tendo uma base por vezes comum, é única e merece ser valorizada (até porque é geradora de interações que podem ser atrativas para jovens que procurem uma realidade diferente, mas que não seja necessariamente oposta à sua). A língua, comum a todos, sai também enriquecida pela exploração dos dialectos locais em si originados, o que permite compreender em parte a herança história que interliga estas nações.

Por esse motivo, e ainda que a procura por projetos a ocorrerem na CPLP possa não ter uma dimensão tão grande quanto a desejada quando comparada por exemplo com a Europa (o que por sua vez também resulta de uma oferta de menor dimensão), o reforço das relações entre organizações políticas, organizações não governamentais, assim como juvenis, sociais e culturais em cada país pode estar na origem do aparecimento de um novo fluxo de mobilidade. E é certamente através da construção de uma rede complexa de oportunidades e da sua disseminação eficaz junto do público-alvo que se podem promover futuros ambientes de cooperação frutíferos.

 

Jovens no mercado de trabalho: escassez de oportunidades ou excesso de qualificações?

Jovens no mercado de trabalho: escassez de oportunidades ou excesso de qualificações?

Jovens no mercado de trabalho: escassez de oportunidades ou excesso de qualificações?

Fonte: AULP, 2014-02-04

É hoje um facto praticamente inegável que os jovens portugueses enfrentam um mercado de trabalho bastante severo, sobretudo para todos aqueles que procuram agora iniciar uma determinada carreira. Na generalidade dos casos, os jovens recém-formados deparam-se com a inexistência de grandes oportunidades que lhes permitam pôr em prática os conhecimentos que adquiriram durante anos. Reina a precariedade e os contratos laborais são pautados por estágios (pouco ou nada remunerados) que não permitem uma inserção plena na vida activa. As expectativas estão arrasadas e para muitos a solução passa apenas pela emigração, uma forma mais ou menos expedita para a auto-realização a nível pessoal e/ou profissional. Em traços gerais, o país investiu na formação destes jovens, os quais não conseguem devolver-lhe agora o respectivo retorno por não existirem oportunidades de demonstrarem na prática o valor acrescentado que poderão gerar.

Várias teorias são apontadas como causas para este problema e todas elas acabam por explicar uma parte da questão. Uns alegam que as empresas não vendem, dada a actual perda de robustez da economia portuguesa, pelo que as necessidades de se efectuarem novas contrações são praticamente inexistentes. Outros argumentam que a rigidez do mercado de trabalho dificulta esse processo. Por um lado, as empresas não conseguem despedir os trabalhadores mais ineficientes dos seus quadros, dado os elevados custos que isso acarreta. Por outro lado, as empresas têm medo de efectuar contratações de colaboradores mais jovens, dado que futuramente poderão ter de os dispensar e com isso defrontarem-se com custos adicionais de despedimento. Há ainda os que reiteram que os jovens têm agora demasiadas qualificações para as necessidades do país. Várias vozes ecoam de que o país precisa mais de “sapateiros” e menos de “doutores”, dada a estrutura da nossa capacidade produtiva caracterizada sobretudo por pequenas e médias empresas. Ainda temos os que apontam o dedo aos sindicatos, os quais tentam proteger os trabalhadores mais antigos do sistema e, nesse contexto, promovendo directa ou indirectamente uma menor protecção dos menos sindicalizados – os jovens. E, finalmente, existem mais uns quantos que responsabilizam o governo, dada a inexistência de políticas activas que promovam a criação de emprego de forma permanente. Para uns, o problema centra-se no lado da procura e na escassez de estímulos direccionados para todas as empresas que contratem trabalhadores jovens e qualificados de forma contínua. Para outros, o problema reside no lado da oferta e na inexistência de políticas promotoras do empreendedorismo e do auto-emprego.

Neste enquadramento, importa reflectir sobre as soluções que podem ser adoptadas para uma maior empregabilidade dos jovens portugueses. Aqui, as universidades da Comunidade de Países de Língua Portuguesa deverão continuar a ter um papel crucial. Por um lado, as universidades devem continuar a contribuir para a formação dos jovens, não só fornecendo-lhes as qualificações tradicionais, mas também competências e habilitações mais transversais e orientadas para um mercado laboral cada vez mais exigente e global. Deve continuar a dar- -se primazia ao fomento do espírito crítico, criativo e empreendedor; ao domínio das línguas e das tecnologias de informação e de comunicação; e à internacionalização, proporcionando experiências académicas em que se estabeleçam contactos com outros povos e culturas. Concorrentemente, as universidades deverão continuar a privilegiar um contacto mais eficiente com potenciais empregadores dos seus alunos, dinamizando feiras de emprego, gabinetes de estágios e inserção profissionais e/ou apoiando todos os seus alunos que queiram pôr em prática projectos empreendedores, ao nível da consultoria e, porventura, do financiamento. Além disso, as universidades devem ter um papel ainda mais proactivo com a comunidade onde estão inseridas, sobretudo com o tecido empresarial, acentuando as sinergias e parcerias na implementação de projectos de investigação e desenvolvimento. Só assim, o know how da academia poderá ser posto ao serviço da economia real e vice-versa, o que certamente reforçará a transferência de conhecimentos e, por conseguinte, os níveis de competitividade do país.

Percurso académico: Ricardo Barradas, 27 anos, é docente na Escola Superior de Comunicação Social e no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa. Formado em Economia pelo ISCTE-IUL, Ricardo Barradas conta com uma vasta experiência profissional nas áreas das Finanças e Economia.

 

Este artigo foi escrito em concordância com o antigo acordo ortográfico