Universidade de Cabo Verde inaugura novo campus
Conforme comunicado pela agência Lusa, a Professora Doutora Judite Nascimento, reitora da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), inaugurou um novo campus da instituição pública, construído pela China, e que inicia aulas no próximo ano letivo.
“Quando nós pensámos no novo campus da Universidade de Cabo Verde, nós pensamos numa nova etapa de crescimento e sobretudo de desenvolvimento da nossa instituição”, disse Judite Nascimento, em entrevista à agência Lusa, sobre a nova “casa” da Uni-CV, que está a ser construída na cidade da Praia.
Localizado na zona do Palmarejo Grande, o novo campus da Uni-CV deveria ter ficado concluído em julho último, para iniciar aulas em outubro, mas devido à pandemia terá um ano de atraso.
Segundo informações oficiais, a obra só deverá ser entregue agora ao Governo de Cabo Verde em março de 2021, com a Uni-CV a iniciar a mudança paulatina depois disso para começar as aulas em plano no próximo ano letivo.
“Nós temos a expectativa de, em outubro de 2021, iniciarmos o ano letivo já nas novas instalações no polo da Praia”, previu Judite Nascimento, para quem a Uni-CV vai passar a ter um campus com “condições muito boas” para alunos, docentes, técnicos e funcionários e para pôr em ação a criatividade e o espírito inovador e conseguir desenhar programas dignos do espaço.
Neste momento, a Uni-CV funciona com unidades orgânicas em instalações dispersas pela cidade da Praia, mas espera ter durante o próximo ano as suas faculdades alojadas no novo Campus Universitário, que, segundo a reitora, será “à altura” dos grandes campus que existem um pouco por todo o mundo.
O novo campus da Uni-CV foi projetado para acolher 4.890 estudantes e 476 professores em 61 salas de aulas, 5 auditórios com capacidade para 150 lugares, oito salas de informática, oito salas de leitura, 34 laboratórios, salão multiúsos, com capacidade de 654 lugares, refeitórios, biblioteca, dormitórios e espaços desportivos.
Para a reitora, a Uni-CV vai poder realizar os grandes projetos que tem a nível de ensino, onde vai poder diversificar ainda mais a oferta formativa, mas também ter auditórios suficientes para desenvolver ainda mais o programa de extensão universitária sem perturbar a agenda dos cursos.
“A universidade, à medida que vai crescendo, vai tendo muito mais necessidade de espaços, onde os docentes e investigadores possam desenvolver com condições e com conforto também a investigação científica”, salientou a responsável máximo da única instituição de ensino superior pública do país.
“As condições serão muito boas, tanto em termos de materiais como em termos de conforto físico”, reforçou Judite Nascimento, referindo que nessa nova etapa a universidade já está a fazer a transição para a era da inteligência artificial.
“Estamos a fazê-lo paulatinamente, utilizando os recursos que a universidade conseguiu acumular ao longo de todos esses anos e o novo campus vai-nos permitir com melhor condições de atingir os objetivos de crescimento e de desenvolvimento sustentável que temos traçado”, projetou.
Com um campus novinho em folha e com boas condições, a reitora não tem dúvidas que a Uni-CV está a caminhar para ser, num futuro muito próximo, uma “universidade marcante” no contexto da sub-região africana, a par das do Senegal, por exemplo.
“E a Universidade de Cabo Verde também quer posicionar-se e está a posicionar-se desde há alguns anos e neste momento com mais fervor já que o novo campus vai nos permitir receber estudantes de outros países”, enfatizou a reitora.
Na altura do seu lançamento, em junho de 2017, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que Cabo Verde terá um campus universitário moderno, funcional e ao nível de países mais desenvolvidos.
Por outro lado, a reitora disse que vai transformar a área envolvente e tornar-se num grande polo de desenvolvimento da cidade da Praia, numa zona de expansão onde situa-se ainda a Universidade Jean Piaget, a Escola de Hotelaria e Turismo, o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Energética (CERMI), estando previstas grandes outras infraestruturas.
A reitora disse que a Uni-CV “é grata” à China, que financiou a totalidade da obra em 45 milhões de euros, mas também por ter instalado em 2015 o Instituto Confúcio no país, e que hoje é uma instituição que promove a extensão universitária, através da língua a da cultura chinesas.
Além do Instituto Confúcio, a Uni-CV tem ainda institutos de língua inglesa, francesa, centros de língua portuguesa e está a trabalha em centros de língua cabo-verdiana, o crioulo, tudo enquadrado num grande programa que é a promoção das línguas estrangeiras.
Com 14 anos de existência, a Uni-CV tem três polos de ensino, nomeadamente na Praia e em Assomada, todos em Santiago, e em São Vicente, com mais de 4.000 estudantes, em cursos profissionalizantes, licenciaturas, especializações, mestrados e doutoramentos.