Vox Pop – Estudar para trabalhar ou trabalhar para estudar?
Uma realidade em Portugal que abrange cada vez mais estudantes do ensino superior. Uns precisam de dinheiro para pagar os estudos, outros querem pagar as suas despesas pessoais e ganhar independência financeira. A lei prevê esta situação, mas apesar da existência de um regulamento colocam-se algumas questões. O estatuto funciona? As empresas preferem contratar estudantes sem o estatuto? O que é preciso mudar?
Em Portugal, o trabalhador estudante tem direito a pedir à empresa o dia do exame e o dia anterior ao mesmo. No entanto, alguns alunos decidem não solicitar o estatuto na empresa com receio de que o contrato não seja renovado, como é o caso de João Domingues, estudante de Farmácia. Patrícia Lopes, estudante de Relações Públicas e Comunicação Empresarial acredita no oposto – que as empresas valorizam quem estuda e trabalha, pois à partida são pessoas que fazern uma gestão eficaz do tempo.
Mas esta não é a única regalia. Na faculdade, os alunos têm direito a uma época especial de exames em todas as disciplinas. No entanto, alguns alunos apontam para o elevado valor desse exame. Patrícia Lopes, aluna da Escola Superior de Comunicação Social diz que paga 10,25 euros por cada exame feito nessa época.
Embora a maioria dos estudantes entrevistados acreditem que vale a pena requerer o estatuto, estes referem que há aspetos a melhorar. Sofia Silva defende que devia existir uma melhor comunicação interna, pois muitos professores desconhecem quais os alunos que têm o estatuto do trabalhador estudante: “A professora deu-me zero na participação desconhecendo que eu trabalhava. Eu informei-a e ela deu-me quinze valores.”
Ainda que exista um regulamento para o estatuto, este é aplicado consoante o professor que leciona a cadeira – o modo de avaliação do aluno é decidido pelo docente. Além disso, o estatuto do trabalhador estudante só pode ser pedido caso o aluno tenha apresentado aproveitamento escolar no ano anterior.
O estudante de Farmácia, João Domingues, defende que devia existir uma fiscalização que certifique o cumprimento do estatuto. Na sua opinião, faz falta a existência de um incentivo às empresas para que estas não rejeitem estudantes.
Apesar de todos os prós e contras, os entrevistados acham que vale a pena requerer o estatuto mesmo que existam aspetos a melhorar.
O estatuto de Trabalhador-Estudante actualmente em vigor foi aprovado pela Lei 23/2012, de 23 de junho, que altera o Código do Trabalho actualmente em vigor, aprovado pela Lei 7/2009, de 12 de fevereiro.
Veja as opiniões dos estudantes na VOX POP.