Vox Pop – Estudar para trabalhar ou trabalhar para estudar?

Fonte: AULP, 2014-02-04

Uma realidade em Portugal que abrange cada vez mais estudantes do ensino superior. Uns precisam de dinheiro para pagar os estudos, outros querem pagar as suas despesas pessoais e ganhar independência financeira. A lei prevê esta situação, mas apesar da existência de um regulamento colocam-se algumas questões. O estatuto funciona? As empresas preferem contratar estudantes sem o estatuto? O que é preciso mudar?

Em Portugal, o trabalhador estudante tem direito a pedir à empresa o dia do exame e o dia anterior ao mesmo. No entanto, alguns alunos decidem não solicitar o estatuto na empresa com receio de que o contrato não seja renovado, como é o caso de João Domingues, estudante de Farmácia. Patrícia Lopes, estudante de Relações Públicas e Comunicação Empresarial acredita no oposto – que as empresas valorizam quem estuda e trabalha, pois à partida são pessoas que fazern uma gestão eficaz do tempo.

Mas esta não é a única regalia. Na faculdade, os alunos têm direito a uma época especial de exames em todas as disciplinas. No entanto, alguns alunos apontam para o elevado valor desse exame. Patrícia Lopes, aluna da Escola Superior de Comunicação Social diz que paga 10,25 euros por cada exame feito nessa época.

Embora a maioria dos estudantes entrevistados acreditem que vale a pena requerer o estatuto, estes referem que há aspetos a melhorar. Sofia Silva defende que devia existir uma melhor comunicação interna, pois muitos professores desconhecem quais os alunos que têm o estatuto do trabalhador estudante: “A professora deu-me zero na participação desconhecendo que eu trabalhava. Eu informei-a e ela deu-me quinze valores.”

Ainda que exista um regulamento para o estatuto, este é aplicado consoante o professor que leciona a cadeira – o modo de avaliação do aluno é decidido pelo docente. Além disso, o estatuto do trabalhador estudante só pode ser pedido caso o aluno tenha apresentado aproveitamento escolar no ano anterior.

O estudante de Farmácia, João Domingues, defende que devia existir uma fiscalização que certifique o cumprimento do estatuto. Na sua opinião, faz falta a existência de um incentivo às empresas para que estas não rejeitem estudantes.

Apesar de todos os prós e contras, os entrevistados acham que vale a pena requerer o estatuto mesmo que existam aspetos a melhorar.

O estatuto de Trabalhador-Estudante actualmente em vigor foi aprovado pela Lei 23/2012, de 23 de junho, que altera o Código do Trabalho actualmente em vigor, aprovado pela Lei 7/2009, de 12 de fevereiro.

Veja as opiniões dos estudantes na VOX POP.