Reunião do Conselho de Administração

Reunião do Conselho de Administração

Reunião do Conselho de Administração

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-16

A reunião do Conselho de Administração da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) decorreu dia 28 de fevereiro no novo campus da Universidade de Macau (UMAC). Em destaque esteve o Balanço do Programa Internacional do Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio da Mobilidade Docente e Discente (PIAPEE) e o XXIV Encontro da AULP.

IMG 3808O PIAPEE é um programa que reúne exclusivamente universidades do Brasil, dos Países Africanos de Língua Portuguesa e de Timor-Leste. Sendo um programa internacional de apoio à pesquisa e ao ensino por meio da mobilidade de docentes e discentes, e que tem como objetivo a integração académica para promover e intensificar o intercâmbio científico e a mobilidade de docentes e pesquisadores das universidades que integram a AULP, o Conselho de Administração acha relevante a entrada de Macau para este programa.

Jorge Ferrão, Presidente da AULP, explicou o porquê desta expansão para o continente asiático, em entrevista ao jornal “Hoje Macau”: “veríamos com bons olhos a chegada dos alunos de Macau e da China aos nossos países, por duas razões: a China é o maior parceiro comercial de Moçambique, de Angola, do Brasil, e esta cooperação não se pode resumir à área económica e comercial, ela precisa de ir para uma área técnica, científica e cultural.”

Relembramos que o PIAPEE teve início em janeiro de 2012 e que na primeira edição foram aprovados 45 projetos. Já na segunda edição, cuja data de candidatura terminou no final de 2013, foram aprovados 23. Destes, 11 projetos são de Moçambique, 7 de Cabo Verde, 4 de Angola e 1 de Timor. No total contabiliza-se um investimento de aproximadamente 3 milhões de reais (1 milhão de euros).

O Reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil), o Professor Doutor Clélio Campolina Diniz, disse à AULP que este programa permite “ampliar os laços com as universidades dos países de língua portuguesa”. Este programa permite ainda “fortalecer as raízes históricas e contribuir para aumentar a cooperação e a solidariedade entre eles, com vistas ao desenvolvimento educacional, científico e tecnológico”. Estas, segundo o Professor Campolina, são as “bases para o desenvolvimento económico, social e político” de um país.IMG 3796 copy

Atualmente, o PIAPEE é financiado pela CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – e pela AULP. No entanto, se este programa se expandir para o continente asiático, a Fundação Macau (FM) poderá vir ser a principal responsável pelo financiamento da implementação deste projeto.

A preparação do XXIV Encontro da AULP, de 17 a 19 de setembro, no novo campus da Universidade de Macau (UMAC), em Henqin, foi outro dos assuntos em debate. Este ano o tema principal será o Turismo nos países de língua portuguesa e “Macau e as suas Universidades – Elo de ligação entre as Universidades chinesas e as dos países de língua portuguesa”.

Foi decidido que os prémios dos vencedores do Prémio Fernão Mendes Pinto 2012 e 2013 serão entregues durante este Encontro. Espera-se igualmente o Lançamento da 26ª Revista Internacional de Língua Portuguesa (RILP), que abordará o Turismo, e o Lançamento do Livro de Atas do XXIII Encontro da AULP em Minas Gerais (2013).

No dia posterior à reunião do Conselho de Administração, este reuniu-se com o Reitor da Universidade de Macau, Wei Zhao, para formalizar o XXIV Encontro da AULP. Nessa altura foram trocadas lembranças representativas de Portugal, como uma pasta em cortiça.

Pandora Guimarães

O jogo global mudou. Qual o papel das relações Europa-África?

O jogo global mudou. Qual o papel das relações Europa-África?

O jogo global mudou. Qual o papel das relações Europa-África?

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-13

A conferência decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian no dia 29 de abril, 26 dias após a IV Cimeira UE-África, em Bruxelas. Em análise esteve a parceria UE-África, os resultados da Cimeira e as oportunidades e desafios das relações entre os dois países vizinhos geograficamente.

A necessidade de uma transformação política e de mentalidade na relação UE-África foi apontada por alguns dos presentes. Conciliar interesses divergentes, facilitar a realização de objetivos comuns e responder de forma efetiva aos desafios globais em prol do futuro das relações euro-africanas.

Luís Amado, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros português, referiu que a imposição tributária tem de ser enterrada com respeito pelos valores, a história e os princípios. “Deve existir parceria entre os dois países e não condicionalidades. É preciso existir uma mudança do método e perceber a natureza dos constrangimentos.” Luís Amado apontou ainda que existe insensibilidade da Europa em relação a África.

Na conferência estiveram presentes reconhecidos intervenientes nesta matéria, entre os quais René Kouassi, Obadiah Mailafia, chefe de gabinete do secretário-geral do grupo de Estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP), em Bruxelas e José Manuel Briosa e Gala, assessor do presidente da Comissão Europeia para África e para o Desenvolvimento no âmbito do G8.

A China não passou despercebida aos oradores que apontaram como sendo um dos maiores investidores no continente africano. Mas criticaram o facto de verem África como uma oportunidade e não um problema a resolver. A extração mineira é fortemente criticada no país.

Esta foi uma iniciativa organizada pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), pelo CEI-IUL – Centro de Estudos Internacionais do ISCTE/IUL, pelo European Centre for Development Policy Management (ECDPM); Europe-Africa Policy Research Network (EARN) e contou com o patrocínio do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

“África e Europa têm um longo mas promissor caminho nesta relação de parceria”

Rui Machete, atual Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, encerrou a conferência realçando os “profundos laços culturais e linguísticos que o País se orgulha de ampliar e projetar também no espaço europeu”. Para o atual ministro, Portugal possui uma relação de grande afinidade com África.

“É a minha convicção que África e Europa têm um longo mas muito promissor caminho nesta relação de parceria, em nome da estabilidade e do progresso nas áreas em que se joga a afirmação dos nossos interesses estratégicos comuns”, acrescentou.

Temas principais em debate:

– As principais mudanças nas prioridades, necessidades, expetativas e ambições de ambos os continentes nos últimos anos, analisando o que foi conseguido e como foram abordados os desafios recorrentes;

– O valor acrescentado das relações UE – África em face da diversificação crescente de fluxos e de parceiros para África, bem como o potencial de reforço do diálogo e da cooperação entre esta multiplicidade de intervenientes;

– O que deverá a parceria tentar atingir no futuro e em que aspetos se devem centrar as duas partes, para assegurar maior participação, melhor cooperação e um diálogo político reforçado, incluindo sobre assuntos globais.

Quem esteve presente na Conferência? Veja aqui a lista dos participantes.

Quem falou? Descubra aqui quem foram os oradores.

Cartaz

Declaração da IV Cimeira

Documento oficial da Conferência Europa-África (e-publicação) – contributo de vários especialistas europeus e africanos com artigos, entrevistas e papers.

Artigo de Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP

“A Língua Portuguesa é uma língua global e não uma língua de diásporas”

“A Língua Portuguesa é uma língua global e não uma língua de diásporas”

“A Língua Portuguesa é uma língua global e não uma língua de diásporas”

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-08

Qual o papel que a Língua Portuguesa assume no contexto mundial? Será este um idioma estratégico de comunicação e um fator gerador de novas oportunidades empresariais?

Estas e outras questões estiveram em debate no passado dia 5 na sede da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa – CPLP, em Lisboa. O Professor Fernando Luís Machado, investigador do ISCTE, foi o orador principal desta conferência, sendo que o estudo sobre o potencial económico da Língua Portuguesa destacou-se neste encontro.

Em cima da mesa estiveram, ainda, assuntos relacionados com a importância do desenvolvimento do português em diferentes regiões do mundo e o estabelecimento e aprofundamento de relações unilaterais entre as universidades dos países da CPLP.

Esta cerimónia contou com a presença do Embaixador Murade Murargy, Secretário-Executivo da CPLP, que salientou a importância do ensino para o crescimento de uma comunidade: “a educação pode não resolver todos os problemas de um país, mas um país também não pode resolver os problemas sem educação”. O Presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) e Reitor da Universidade de Lúrio em Moçambique, Professor Jorge Ferrão, esteve igualmente presente nesta cerimónia enquanto moderador.

O facto de a língua portuguesa ser um meio privilegiado para a difusão e a criação cultural entre os povos, e de a fala ser vista como promoção cultural dos seus valores, esteve em destaque no discurso do Professor Fernando Luís Machado. “É um instrumento para o alcance de aspirações comuns”, disse.

A nossa língua é a quarta mais falada do mundo, segundo dados do Observatório da Língua Portuguesa. Na internet há 82 milhões de utilizadores, sendo a terceira mais usada no facebook e a quarta no twitter.

Segundo o Professor Fernando Luís Machado, a Língua Portuguesa “tem de ser vista como uma língua global e não como uma língua de diásporas” e, portanto, “deve ter projeção, defesa e ensino”. Para que isso seja possível é necessário reunir esforços. Mais acrescentou que a separação entre língua e cultura deverá estar bem presente, pois apesar de a língua poder ser comum, as culturas podem ser diferentes. “Faz sentido a existência de cooperação na língua, mas competição na cultura”, acrescentou.

Para realçar a importância da língua portuguesa na economia, o orador afirmou que “a língua portuguesa assume uma crescente importância nos negócios”. Relembrou ainda que quanto mais uma língua é falada, mais pessoas a querem falar, aumentando assim a necessidade de aprendê-la.

De acordo com um estudo baseado em dados de 2011, “10% das exportações portuguesas vão para países lusófonos”, daí o facto de existir um maior comércio para os países de língua oficial portuguesa comparativamente a outros países do mundo.

O Reitor da Universidade de Macau, e vice-presidente da AULP, o Professor Rui Martins, esteve igualmente presente nesta cerimónia e desafiou o Professor Fernando Luís Machado a fazer um novo estudo direcionado para a evolução da procura da Língua Portuguesa na China. Relembrou o atual e crescente desenvolvimento do português neste país, dado que o estudo apresentado pelo orador remetia dados com mais de 5 anos e utilizando os EUA como referência.

A CPLP comemora o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura há quatro anos consecutivos. Uma decisão saída da XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, realizado em Junho de 2009, em Cabo Verde. A decisão justifica-se pelo facto de a língua portuguesa constituir, entre os povos da comunidade, um vínculo histórico e um património comum resultantes de uma convivência multissecular que deve ser valorizada.

Veja o vídeo elaborado pela CPLP.

Artigo de Ana Isabel Mendes e Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP

 

Morreu aquele que foi considerado o rosto da democratização do ensino

Morreu aquele que foi considerado o rosto da democratização do ensino

Morreu aquele que foi considerado o rosto da democratização do ensino

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-03

No passado dia 3 de março, o autor da reforma do ensino na década de 1970, José Veiga Simão, morreu com 85 anos devido a uma doença prolongada. O seu contributo para o Ensino Superior foi notável, destacando a fundação da primeira Universidade de Moçambique (Maputo), a Universidade de Lourenço Marques.

Graças ao contributo deste ex-ministro da educação, a partir da primeira metade da década de 70 tornou-se possível equiparar os doutoramentos obtidos em universidades estrangeiras. Novas universidades (Aveiro, Minho e Nova de Lisboa) foram criadas e o conceito de Instituto Politécnico foi instituído. “Estas universidades foram o resultado da visão e da perseverança de Veiga Simão e foram processos que vingaram”, elogiou o Reitor da Universidade do Minho. Estas instituições estão no ranking dos 100 melhores estabelecimentos de Ensino Superior com menos de 50 anos, elaborado pelo Times Higher Education.

Até 1973, o Ensino Superior português resumia-se às universidades de Coimbra, Lisboa, Técnica e Porto a que se juntaram mais tarde a Universidade Católica e algumas outras instituições.

José Veiga Simão nasceu a 13 de Fevereiro de 1929, na Guarda. Licenciou-se em Ciências Físico-Químicas e doutorou-se em Física Nuclear pela Universidade de Cambridge. Aos 31 anos era já professor catedrático na Universidade de Coimbra, mas um dos marcos da sua vida está na Universidade de Lourenço Marques, onde foi professor e reitor na década de 1960. Nos primeiros anos de existência, esta universidade cotou-se como uma das melhores de África.

A profunda reforma geral do ensino, desde o básico ao superior, veio a designar-se “Reforma Veiga Simão”. Para facilitar o acesso de todos os portugueses aos vários graus de formação, Veiga Simão disseminou a rede de ensino secundário em todo o país e criou uma nova rede de Ensino Superior. Enquanto Ministro da Educação, alargou a escolaridade obrigatória e gratuita para oito anos. Lançou as bases do desenvolvimento do ensino, estabelecendo o direito à educação e à igualdade de oportunidades. Apostou muito na educação técnica, que terminou depois da revolução dos cravos.

Artigo de Ana Isabel Mendes

 

“Moçambique é no meu pensamento e pelo percurso de uma vida errante a minha segunda pátria”

Ao professor Veiga Simão que nos deixou hoje,

É com grande pesar que a Associação das Universidades de Língua Portuguesa recebeu hoje esta triste notícia. Foram 85 anos de enorme contribuição para o ensino português e moçambicano.

Em 2012, tivemos o enorme prazer de contar com a sua presença no XXII Encontro da AULP que teve lugar na Universidade Eduardo Mondlane, altura em que se comemoraram os 50 anos do Ensino Superior em Moçambique.

Graças a si foi inaugurada a primeira instituição de ensino superior do país africano – Universidade Lourenço Marques (atual Maputo), onde foi Reitor. “Eu tinha 33 anos e vir fundar uma universidade em Moçambique era uma grande aventura, mas entendi que essa aventura devia ser a obra da minha vida”, disse à Lusa.

Por tudo isto, a AULP não podia deixar de lhe prestar homenagem e deixar aqui um solene agradecimento por todo o seu contributo para a história.

Obrigada, professor, por tudo aquilo que nos ensinou.

Em nome de toda a equipa, descanse em paz.

Gabinete de Comunicação da AULP

Mensagem do Presidente da AULP, Jorge Ferrão, Magnífico Reitor da Universidade de Lúrio

“Quero dar as minhas condolências, em nome da AULP e da UniLúrio. O Professor Veiga Simão vai para a eternidade saindo por uma porta Grande, pois permitiu que um enorme grupo de académicos e profissionais se tivessem formado. Que a sua alma repouse em paz!”

Com pesar,

Jorge Ferrão

Alguns artigos sobre o professor Veiga Simão:

https://aulp.org/noticias/revista-de-imprensa/ensino-superior/5638

https://aulp.org/noticias/revista-de-imprensa/aulp/3002

http://www.publico.pt/politica/noticia/morreu-veiga-simao-antigo-ministro-da-educacao-1634481

Novo portal condensa informação de acesso ao ensino superior

Novo portal condensa informação de acesso ao ensino superior

Novo portal condensa informação de acesso ao ensino superior

Fonte: Gabinete de Comunicação, 2014-05-02

Ingressar no Ensino Superior pode revelar-se uma tarefa difícil. A Uniarea, que está disponível desde 27 de janeiro, tem como objetivo principal ajudar os alunos a escolher um curso ou um estabelecimento de ensino.

Mais do que um espaço de recolha de informação, a Uniarea é um local de partilha de opiniões, uma rede social. “Os alunos não querem saber da informação dada pelas faculdades. Eles querem saber como são os professores, se o curso é exigente ou quais as diferenças entre as universidades”, explicou Davis Gouveia, fundador na Uniarea. “Assim como hoje em dia procuramos na Internet comentários das pessoas em relação a um restaurante, há a necessidade de um portal onde o candidato pode contactar com alunos ou antigos alunos da instituição de ensino superior que pretende candidatar-se. São pessoas que dão uma opinião mais sincera”, explica.

Atualmente, a Direção Geral do Ensino Superior (DGES) faz uma listagem das licenciaturas e mestrados integrados existentes em Portugal, não mostrando responder às necessidades dos estudantes, como apurou Davis Gouveia. Para reunir informação acerca de mestrados, os candidatos terão de visitar as páginas das faculdades, uma a uma, para pesquisar as várias ofertas. A Uniarea pretende ser a primeira plataforma com essa informação num só espaço e até irá disponibilizar testes psicotécnicos que poderão ser feitos online.

Desmistificar o acesso ao Ensino Superior, expondo a informação de uma forma simples e apelativa, é outro dos objetivos. Davis acredita que é muito difícil a DGES dar resposta aos milhares de estudantes que contactam para esclarecer dúvidas. Com o encerramento do “Exames.org” que deixou de existir no final do ano passado, sendo a associação dissolvida no final de janeiro deste ano, este novo portal vem preencher o vazio sentido com o fim dessa plataforma.

Este ano a Uniarea está focada na recolha das ofertas do ensino superior português, tendo como prioridade agregar informação relativamente a todas as licenciaturas em Portugal. No entanto, Davis Gouveia revelou à AULP que a Uniarea pretende ir além fronteiras e agregar a oferta do ensino superior não só de Portugal, mas também de outros países como os da CPLP e Macau. “Há muitos estudantes da CPLP interessados em estudar em Portugal”, afirma.

Davis Gouveia nasceu na Venezuela, mas veio para a Madeira aos 8 anos, onde viveu até ingressar no Ensino Superior. Quando estava no secundário queria escolher artes, pois queria seguir arquitetura. No entanto, a escola não abriu o curso de artes e Davis foi obrigado a escolher economia para fugir à Biologia. Mas quando chega a altura de ingressar no Ensino Superior, tomou como guia “Exames.org” e acabou por escolher Engenharia Aeroespacial. Estas indecisões no seu percurso escolar serviram de inspiração para construir este portal de forma a ajudar os estudantes a fazer uma escolha mais informada.

O Instituto Superior Técnico foi importante para a reunião de competências que permitiram fermentar o “bichinho do empreendorismo” em Davis Gouveia. Segundo o fundador, ajudou a melhorar a capacidade em resolver problemas e permitiu desenvolver outras atividades paralelas quando esteve no Técnico: como é o caso da JUNITEC, a júnior Empresa portuguesa fundada em 1990. Muitos alunos que passaram por este núcleo acabaram por montar as suas próprias empresas. “Eu acredito que qualquer pessoa pode ser empreendedora”, afirma.

A Uniarea está a participar em vários concursos de empreendorismo, mas apesar de já ter passado várias fases, aguarda os resultados finais. Visite a Uniarea aqui.

Artigo de Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP

“Os pais podem ser a maior barreira para o Ensino em África”

“Os pais podem ser a maior barreira para o Ensino em África”

“Os pais podem ser a maior barreira para o Ensino em África”

Fonte:
Gabinete de Comunicação, 2014-04-07
São palavras da embaixadora da África do Sul, Keitumetse Matthews, que durante o 8º Seminário RDP África, que decorreu na Universidade Lusófona no passado 1 de abril, alertou para a existência de uma “cultura dos senhores doutores”, em que os pais menosprezam os cursos técnico-profissionais que conferem aos jovens africanos as “skills” necessárias para o desenvolvimento do país. É difícil explicar aos pais que o país precisa de canalizadores, carpinteiros, eletricistas, mecânicos, agricultores.O Professor Joaquim Azevedo, especialista em Ensino Técnico-Profissional, chamou a atenção para o facto de o Ensino Secundário não ter um objetivo por si só, a não ser a entrada no Ensino Superior. A crítica é feita aos governos que fazem com que haja um certo desprezo pelo Ensino Técnico-Profissional, apesar de atualmente 43% dos estudantes portugueses estarem em CET’s.

O presidente da RTP, Alberto da Ponte, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, estiveram igualmente presentes neste Seminário que marcou os 18 anos da RDP África.

“África tem um futuro brilhante em investigação”

O ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, António Correia e Silva, reforçou o forte investimento de Cabo Verde numa economia competitiva e numa agenda visionária que tem como destaque o forte investimento na Educação.

O ministro disse que Cabo Verde começou por apostar nos seus alicerces: o Ensino Básico e Secundário foi melhorado. Exemplo disso é a existência de 50 liceus no país, tendo em conta que só existia 2 antes na entrada do novo milénio. António Correia e Silva deixou claro que o próximo passo é investir na qualidade do Ensino Superior e ter ambição na Ciência. “É necessário investir nos laboratórios e em programas de doutoramento nas áreas estratégicas, como o turismo e a agricultura.”

Independentemente das dificuldades atuais, o ministro acredita no futuro da investigação em África. “Os jovens estão a descobrir a Ciência; a população e a classe política estão, neste momento, a reconhecer o seu valor.”

“A Educação não é o motor do desenvolvimento, mas sim as pessoas”

Na sua intervenção, Joaquim Azevedo fez uma crítica às pessoas que chegam a África e trazem a “cabeça cheia de soluções”, apesar de não saberem qual é o problema. Acredita ainda que solucionar os problemas passa pela integração das pessoas na comunidade.

O especialista em Ensino Técnico-Profissional chamou ainda a atenção para a tendência existente em importar modelos dos países desenvolvidos para aplicar em África, o que costuma trazer constrangimentos quando esses modelos não são adequados à realidade do país e às características do local.

Joaquim Azevedo faz ainda um apelo às empresas portuguesas: que estas se envolvam mais nos projetos que visam solucionar os problemas locais. No seu ver, muitas empresas usam África como pano de fundo das suas “selfies”, usando o país para ficarem bem na fotografia.

“As empresas petrolíferas em África gastam mais de 1 milhão de euros por dia e empregam um moçambicano”

Esta é uma questão que preocupa o Professor Tito Fernandes. Um dos problemas da Educação em Moçambique é a falta de empresas no país para os estudantes africanos poderem aprender no terreno. “Falta uma relação entre as empresas e as universidades”, aponta. O Professor disse ainda que os financiamentos de cooperações internacionais não funcionam em Moçambique devido a problemas de governação.

O Professor Tito Fernandes considera que os países africanos deviam apostar no envio de alunos para fora, na esperança de que estes “cérebros” voltem para desenvolver os seus países. Alerta, no entanto, para os perigos do “copy-paste” dos modelos de educação de outros países, sendo necessário desenvolver “um saber nacional, adaptado às realidades locais”.

O Professor Tito Fernandes salientou que a Universidade Lúrio tem como objetivo principal formar cidadãos. Uma das disciplinas que integra todos os cursos da Universidade permite ao aluno estabelecer uma relação direta com a comunidade africana ao acompanhar uma família. “Os biólogos, têm uma lição com os pescadores. O aluno vai buscar os problemas deles e aprender com eles para mais tarde poder ajudá-los. É um fluxo de informação. Comunidade – Estudantes; Estudantes – Comunidade”, explica Tito Fernandes. Este programa existe desde o início da Universidade, em 2007.

O Professor é da opinião que não se faz investigação em Moçambique, pois não existe no país laboratórios e doutores para tal. Para o professor, investigação é trabalhos originais publicados. O que se faz em Moçambique é pesquisa (replicar trabalhos feitos com sucesso noutros países). Na sua opinião, não cabe às instituições de Ensino Superior inovar, mas sim as empresas que têm esse interesse, sendo o papel das universidades é acompanhar as empresas.

“É melhor ser imaginativo do que culto”, disse Tito Fernandes, citando Einstein. O professor acredita que “daqui a 30 anos, Moçambique terá mestres, doutorados e um ensino superior de qualidade”.

O professor quis deixar ainda a mensagem: “nós não formamos investigadores, mas sim pensadores ou pessoas que sabem investigar.”

O Ensino Superior e a Formação Profissional em África

A mesa contou com o atual ministro cabo-verdiano do Ensino Superior, Ciência e Inovação: António Correia e Silva, o catedrático e diretor científico da Universidade Lúrio, de Nampula (Moçambique), Tito Fernandes e com o diretor do Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano da Faculdade de Educação e Psicologia (UCP – Porto) e especialista em Ensino Técnico-Profissional, Joaquim Azevedo.

Este seminário teve os seguintes temas em debate:

– Políticas Públicas e os Recursos para a Qualificação dos Cidadãos nos países africanos e, particularmente, em Cabo Verde.

– Globalização do Conhecimento e a Comparticipação Africana na Investigação e Inovação.

– Formação Técnico-Profissional como Opção Estratégica de Desenvolvimento.

Artigo de Pandora Guimarães

Gabinete de Comunicação da AULP